quinta-feira, 8 de março de 2012

A curta vida dos temas no Facebook



Tive muita relutância em começar a usar o Facebook, porque sou “meio avessa” a essas coisas de rede sociais. Fiz meu cadastro há quase um ano, mas só há pouco tempo comecei a acessá-lo de fato rotineiramente. No começo acessava o Facebook uma vez por mês, depois passei para uma vez semana, depois comecei a acessá-lo uma vez por dia, depois duas, depois três. Hoje tento entrar nesta rede somente uma vez no período da noite - Facebook vicia!

Bem, vamos ao que interessa: No meu pouco tempo como real usuária, pude perceber que o Facebook é feito de “modismo de temas”, ou algo assim. Entrei na época em que se falava da índia queimada, depois veio o Fora BBB, seguido do pedido de punição ao estupro praticado pelo BBB Daniel contra uma participante do programa. Depois entrou o caso Pinheirinho, que ainda é muito comentado devido a sua gravidade.

Paralelo ao caso Pinheirinho começou a se falar do Quilombo dos Macacos, e no começo parecia não se perceber que os dois casos faziam parte do mesmo tipo de desrespeito com o ser humano. De alguns dias para cá essa “ligação foi percebida”, e hoje se associa Caso Pinheirinho com Quilombo dos Macacos, chegando a se pedir que não se repita no Quilombo o que aconteceu no Pinheirinho. Que bom! Um avanço! Agora não vejo mais ninguém falando de outros casos de desrespeito aos índios – há postagens isoladas somente – nem pedidos de Fora BBB e exigência da apuração do caso de estupro no programa. Já teve solução? Está vendo? Não deu no Facebook e estou sem saber se teve um desfecho o caso!

Não estou reclamando do Facebook, até porque por meio dele me atualizo, tenho visto muita coisa interessante e recebido ótimas dicas vindas de meus amigos que me são muito úteis. Só acho que no Facebook as pessoas tem memória muito curta, deixando de brigar por algo assim que surge um assunto novo. Esse esquecimento do que foi motivo de indignação “semana passada” me assusta, pois a sucessão de temas parece simples como “trocar de roupa”, dando a impressão que é mais interessante entrar “na onda viral” do que saber o desfecho do caso. Há quem diga que isso é natural, devido ao acelerado ritmo das informações hoje em dia, mas não concordo em aceitar isto. Não é certo.

E tem outra: quando um tema “pega”, todo mundo posta coisas sobre ele, compartilha o que os amigos postaram, fazem comentários. Quando o tema não pega, é uma voz isolada. Ninguém fala do novo tema postado, não curte e ele “morre ali em quem nasceu”. Nisso, muitas coisas que estão acontecendo e são muito importantes deixam de ser discutidas, e dessa forma o Facebook se torna “alienante”, pois só mostra uma parte do que acontece, tal qual a grande mídia que tanto criticamos.

Muitas pessoas falam que não se pode ser um revolucionário apenas virtual, de redes sociais como o Facebook. É preciso sair da frente da tela do computador e brigar nas ruas, para que seu protesto traga mudanças. Sábio, isso! E eu acrescento mais uma coisinha: O Facebook não pode ser sua única fonte de informação e formação de opinião. Por mais amigos que você tenha, se todos pensam como você e compartilham as mesmas coisas, podem estar só vendo uma parte da realidade, e talvez - é possível - tendo até o mesmo erro de interpretação.

Por fim, acho que a frase: “Não esquecer para não deixar acontecer novamente”, devia ser incorporada como lema também nas redes sociais, de memória tão curta.

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